Em
menos de uma semana de investigação, a Polícia Federal descobriu indícios de
que uma central de telemarketing com sede no Rio de Janeiro foi usada para
difundir o boato de que o Bolsa Família, o principal programa social do governo
federal, iria acabar. Mensagem de voz distribuída pela central anuncia o fim do
programa, conforme dados do inquérito aberto no início da semana a partir de
uma determinação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A descoberta
reforça a tese de que a ação tenha sido organizada.
A
polícia tentará agora descobrir quem contratou os serviços de telemarketing e
se, de fato, existe algum grupo com interesse político-eleitoral por trás da
tentativa de se assustar os beneficiários do Bolsa Família. A polícia decidiu
também interrogar, a partir da próxima semana, as 200 primeiras pessoas a fazer
saques logo após o início da disseminação dos boatos sobre o fim dos programas.
A polícia quer saber como cada um deles foi informado sobre o fim do programa.
—
Está comprovado o uso do telemarketing — disse ao GLOBO uma fonte que está
acompanhando de perto as investigações.
Os
boatos sobre o falso fim do programa começaram a ser difundidos no sábado
passado e provocaram uma corrida em massa à agências da Caixa Econômica
Federal, pagadora do benefício. Os primeiros saques foram feitos no Maranhão,
Pará e Ceará por volta de 11h do sábado passado, 30 minutos depois do registro
de uma das ligações da central de telemarketing sobre o falso fim do programa.
No dia seguinte, os terminais da Caixa registravam 900 mil saques no valor
total de R$ 152 milhões.
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